O dia estava perfeito no Litoral Norte para quem desejava aproveitar a praia. Mas esta atividade, comum para a maioria dos veranistas, muitas vezes só é possível às pessoas com deficiência a partir do apoio de projetos sociais como o Programa Tampinha Legal, que levou adultos e crianças para desfrutar de um refrescante banho de mar, muitos deles pela primeira vez, neste sábado, em Tramandaí.

A 5ª edição do “Na Praia com Tampinha Legal” deu uma aula de inclusão e acessibilidade. Por meio de andadores fabricados com PVC, o grupo experimentou a sensação de entrar na água. Participaram pessoas cegas ou com baixa visão e pessoas com deficiência temporária ou permanente. Os protótipos, que são confeccionados na Oficina Solidária do Tampinha Legal, de forma gratuita, são customizados sob medida para cada usuário.

A ação é promovida em parceria com o Sesc/RS e se estende a partir de oficinas por todo o litoral gaúcho. Conforme a coordenadora do Programa Tampinha Legal, Simara Souza, trata-se de um equipamento barato e fácil de se produzir e é capaz de promover a felicidade de diversas crianças e suas famílias. “É uma alegria sem tamanho”, resumiu.

Morador de Erechim, na região do Alto Uruguai, o aposentado Ivo Costa de Souza, 62 anos, entrou no mar pela primeira vez na vida. Com problemas em uma das pernas, a bengala que ele necessita para se locomover não lhe permitia caminhar pela areia, o que conseguiu graças ao protótipo de andador fornecido pelo projeto.

“Gostei muito, quero repetir. Das outras vezes, não podia chegar perto da água, preferia ficar em casa dormindo”, conta o idoso.

A atividade ocorreu de forma simultânea em outras praias gaúchas e envolveu 120 pessoas. Ao todo, 11 pessoas tomaram banho em Tramandaí. E a partir deste sábado, os andadores estarão disponíveis para empréstimos em todas as Casas de Verão do Sesc/RS, de Torres até o Cassino.

O Tampinha Legal foi criado pelo Congresso Brasileiro do Plástico (CBP) e é o maior programa socioambiental da indústria de transformação do plástico na América do Sul. Através dele, são recolhidas tampas plásticas que são em revertidas em recursos destinados para entidades assistenciais credenciadas.

Para a coordenadora, a iniciativa deixa a mensagem da inclusão e preservação do meio ambiente. “Com este trabalho, apresentamos como podemos levar o plástico para o mar. Ao darmos o destino nobre aos resíduos de PVC, proporcionamos acessibilidade ao mar a quem precisa. Logística reversa e inclusão, economia circular na prática e acessibilidade, solidariedade, cidadania e civilidade, associadas a mais saúde, educação e cultura. Todas estas pautas atendidas em um mesmo momento.”, destacou Simara Souza, que também é gerente do Instituto SustenPlást.

 

Portal: Correio do Povo