Em cinco anos, projeto arrecada 700 toneladas de tampas plásticas e destina R$ 1,5 milhão a entidades sociais do RS

Iniciativa beneficia cerca de 300 instituições gaúchas

O projeto Tampinha Legal completa cinco anos nesta quarta-feira (6), com ampla adesão dos gaúchos. A iniciativa beneficia cerca de 300 entidades assistenciais no Rio Grande do Sul e, desde 2016, já arrecadou R$ 1,5 milhão com a coleta de 700 toneladas de tampas plásticas.
Para comemorar a data, representantes das entidades foram convidados a entregar suas arrecadações junto à comunidade. Na sede da Fundação Gaúcha dos Bancos Sociais da Fiergs, na zona norte de Porto Alegre, várias kombis e vans chegavam ao local lotadas de sacos com tampinhas, separadas por cor.
— Para que nos aproximássemos mais da sociedade, através de um projeto educativo, lá atrás, criamos o Tampinha Legal e, surpreendentemente, tivemos um sucesso incrível. Escolhemos a menor parte das embalagens plásticas porque as garrafas já são coletadas e aproveitadas por recicladores. As entidades recolhem, separam por cor, pesam e recebem diretamente os valores — ressalta a coordenadora executiva do projeto, Simara Souza.
Entidades como a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Esteio, que aderiu no ano passado ao projeto, já contam com os recursos para pagar contas do dia a dia. O vice-presidente da entidade, Gilberto Silva, considera que a comunidade também se integra ainda mais ao serviço social prestado pela Associação.
— Como é uma entidade filantrópica, sempre falta algum dinheiro no final do mês. Com o que arrecadamos (de tampinhas), podemos manter pintura em dia, trocar lâmpadas ou pagar contas. Tem sido um recurso muito importante — diz Silva.
Durante a pandemia, com a redução das doações para entidades assistenciais, o Tampinha Legal foi fundamental para auxiliar na manutenção dos serviços prestados pelas organizações.
— Não tínhamos atendimentos presenciais, mas compramos muitas cestas básicas para distribuir às comunidades carentes da zona norte — disse a coordenadora de educação infantil da Ação Comunitária Participativa (Acompar), Débora Nunes Pedroso.
O projeto
O Tampinha Legal é uma iniciativa do Instituto SustenPlást com o apoio do Movimento Plástico Transforma, que surgiu em um congresso do setor de plástico. Através de ações de mudança de comportamento, a iniciativa busca conscientizar a população em relação ao destino adequado de resíduos. A atuação do projeto ocorre no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais, São Paulo, Alagoas, Pernambuco, Goiás e no Distrito Federal. Em breve, será iniciado na Bahia.
Todos os segmentos da sociedade são convidados a juntar tampinhas plásticas e destiná-las para entidades assistenciais cadastradas junto ao programa.
Os valores obtidos com a venda das tampinhas são destinados integralmente para as entidades assistenciais participantes sem rateios de material ou repasses de valores. O programa não recebe comissões e/ou gratificações sobre o material coletado. Em 2020, o projeto ultrapassou R$ 1 milhão destinados 100% para entidades assistenciais participantes.
— O Tampinha Legal é uma proposta de gestão de resíduos, mas de recursos também. Somos um país com muita geração de lixo e como cidadãos, precisamos saber lidar com a destinação correta dos resíduos — completamenta ressalta a coordenadora executiva do projeto, Simara Souza
Recentemente, foi lançado o projeto Copinho Legal que, seguindo o modelo do Tampinha Legal, destina os recursos obtidos com a venda dos descartáveis plásticos (copos, pratos e talheres) para as entidades participantes.
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