Por cada quilo de tampinha de garrafa plástica, a indústria da reciclagem paga em média R$ 2,50. Apenas no estado do Rio, o dinheiro arrecadado por ONGs ligadas ao bem-estar animal permitiu a compra de 6 toneladas de ração e assistência veterinária para 5 mil bichos.

O hábito de separar tampinhas de garrafa plástica para ajudar projetos sociais se alastrou pelo Brasil.

Não jogue fora tampinhas de plástico

 

A aposentada Tiolide Gabriel tem 87 anos e uma disposição de menina para separar as tampinhas de garrafas plásticas:

“Eu não posso contribuir com dinheiro, a minha aposentadoria é pequeninha. Então, eu contribuo com o meu trabalho”.

 

Defensoras dos animais, dona Tiolide e a filha transformaram o apartamento onde moram no Rio em um depósito de tampinhas.

“Uma loucura. Recebo críticas da família, dos amigos, de todo mundo: ‘Como é que você faz isso? E aí? Que loucura’. Mas não tem como sair fora disso. Vale a pena pela natureza, pelos animais”, diverte-se a administradora de empresas Rejane Maria Gabriel.

Para cada quilo de tampinha, a indústria da reciclagem paga, em média, R$ 2,50. Apenas no estado do Rio, o dinheiro arrecadado por ONGs ligadas ao bem-estar animal permitiu a compra de 6 toneladas de ração e assistência veterinária para 5 mil bichos.

“Já chegamos à marca de mais de 48 toneladas de plástico que conseguimos reciclar. Esse material vai para indústria plástica e, com a verba que a gente arrecada, a gente consegue custear a castração e cuidados veterinários de ONGs e de instituições”, conta a arquiteta Fernanda Périssé, presidente da ONG Rio Eco Pets.

São dez projetos sociais cadastrados que recebem os recursos da reciclagem, e um número maior de instituições na fila de espera.

“Tem bastante gente querendo e a gente precisa agora aumentar a aplicabilidade dessas tampinhas no mercado. Esse tipo de plástico serve para poder fazer brinquedos, novos coletores, casinhas para pet, bancos, novas embalagens, telefone, equipamento de telefonia”, explica Rafael Sette, diretor do Instituto Soul Ambiental.

 

No Rio Grande do Sul, a reciclagem de tampinhas plásticas vem batendo sucessivos recordes. Quanto maior a quantidade reciclada, maior a recompensa para quem fez a separação.

“Em seis anos de programa, nós já recolhemos mais de mil toneladas: 1.083 toneladas de tampas plásticas. Nós trabalhamos com inclusão, com acessibilidade e com todas as outras causas sociais também. Então, o brasileiro, o cidadão comum, compreende perfeitamente a importância de juntar uma simples tampinha”, afirma a gerente do Instituto Sustenplást, Simara Souza.

 

Questionada quem trabalha mais no projeto, ela ou a mãe, Rejane conta: “Acho que é ela”. Dona Tiolide concorda: “Eu confirmo”.

Portal: G1 Globo